O livro relata o exílio da família do físico José Leite Lopes nos anos 1960 e 1970 para fugir da perseguição da ditadura militar brasileira, então no comando do país. O depoimento é conduzido em primeira pessoa pela autora, à época do exílio com 6 anos de idade, e relata o cotidiano da família na França e nos Estados Unidos. A obra dá ênfase a eventos como as dificuldades de integração da família a um país estrangeiro, as separações de seus membros, as relações sociais entre os brasileiros exilados e as ações de perseguição da ditadura a professores e intelectuais brasileiros, como aconteceu no evento da aposentadoria compulsória precoce dos pais de Angela.
O livro contém a reprodução de inúmeras cartas, desenhos e fotografias dos integrantes da família, notícias de jornais, documentos oficiais de autoridades, entre eles ofícios e telegramas, e documentos produzidos por instituições de repressão, como o I Exército e o Dops, sobre o perfil e as atividades “subversivas” do físico e de sua esposa, Maria Laura Mousinho Lopes.
Angela Leite Lopes é pesquisadora de teatro, tradutora e professora titular aposentada da Escola de Belas Artes da UFRJ. Eurídice Figueiredo é doutora em Letras Neolatinas e professora aposentada da UFF. Gilberto Hochman é doutor em Ciência Política, pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz/Fundação Oswaldo Cruz e professor do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde (COC/Fiocruz).